Na realidade, o estudo referenciado nada mais fez do que colocar números e incentivar a discussão de um assunto já velho conhecido: o consumo alimentar infantil e as práticas cotidianas sedentárias, principalmente daquelas de baixa renda (referindo-se ao que estudamos em saúde pública como transição nutricional).
Crianças comem mais na frente da televisão e, justamente por estar em frente a televisão, fazem atividades cada vez mais "paradas". As escolhas alimentares, serão aquilo que é mais palatável e que uma adorada industria de alimentos pode oferecer de melhor: o resultado disso é a diminuição do consumo daquilo que "faz bem" é "natural" e, no limite do termo, "saudável".
O que me espanta é o desencanto com a informação veiculada. Não é este o foco do estudo, ele não pretende dizer que a televisão é ruim - ainda que a publicidade não tire férias - mas sim, ressaltar o advento da transição nutricional, que deixa as camadas economicamente menos favorecidas mais gordinhas. Alerta para a educação nutricional e incentivo às escolhas alimentares adequadas, com orientação e adequação familiar.
O que o estudo "diz" não é isso, e o que ele pretende "ensinar" não é sem importância visto que gastamos cifras exorbitantes (e, você e todos aqueles que pagam impostos) para o cuidado de pacientes acometidos pelos malefícios de uma alimentação inadequada.
Pesquisa científica é importante. Mais ainda a sua divulgação. Façam-a com carinho e responsabilidade.
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/08/24/horas-de-tv-colocam-mais-acucar-e-gordura-na-dieta-das-criancas-aponta-estudo.htm
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/08/24/horas-de-tv-colocam-mais-acucar-e-gordura-na-dieta-das-criancas-aponta-estudo.htm
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