Com dada frequência vejo "citações motivacionais" sobre os temas que orbitam o universo da construção do corpo através da alimentação e da atividade física. Normalmente eu não dou muito valor a elas... Me entristeço, fico apreensiva, mas considero que isso, assim como muitos outros maus da humanidade, perderá força um dia.
Hoje, no entanto, foi diferente.
Minha apreensão se fez para além da nutrição, ciência que cuido com muito carinho - sempre com o #foco em ser feliz!
Minha tristeza veio sobre a "filosofia" treino&dieta e, mais ainda, do tipo de pessoa que ela cultiva. Pessoas estas, que precisam ser melhores do que os outros, e que não podem se dar ao "luxo" de comer com prazer, nem de "pular" um treino.
Ter motivação, objetivos e metas na vida é uma escolha pessoal. Própria. Digna. É o que nos faz acordar cedo, estudar, trabalhar, criar laços, construir histórias.
Fazer escolhas baseadas nestes objetivos é, sem dúvida, muito importante para atingi-los. Assumir os esforços para alcançar estas metas é, também, indiscutível ao sucesso.
Digo isso em relação a vida... (Longe de mim ser dona da verdade, mas me parece bastante plausível).
Pergunto eu: será que resumir os objetivos e metas da vida às formas corporais é algo que queremos para nós? Para nossos filhos? Para os filhos de nosso amigos? Para as gerações que estão por vir?
Sigo nas indagações: será que esta competição entre "quem é melhor" é um valor que devemos multiplicar? Será que é "justo" cultivar o senso de que "ter o corpo que se quer é possível através da dedicação"? Não haveriam condições anteriores a isso?
E, finalmente: será que admiração física e inveja vão resumir essas metas e objetivos? Então quer dizer que todo o esforço, toda a privação e todo o determinismo de um, foi feito, na verdade, para o outro?
Nunca fomos tão livres, tão cheios de escolhas e de possibilidades na vida... E, no entanto, nunca nos aprisionamos tanto em uma mandatária necessidade do "sucesso-do-corpo-perfeito".
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