quarta-feira, 23 de julho de 2014

... Posso dar uma dica?

Será que posso dar uma dica?
O dito popular é categórico: se dica fosse boa, era vendida, não dada.

Ok.

Mas aí, de repente, eis que diqueira virou profissão e a dica passou a ter valor de troca.

Ah... Essa liquidez do "mundo moderno". Que será que aconteceu? Será que a dica ficou boa? 

Eu arrisco um palpite, assim, como quem não quer nada.

No meu ponto de vista, juntando retalhos do pensamento, e correndo grandioso risco de hedonismo (mas tudo bem, no mundo das dicas, que mal faz um pensamento fragmentado?) quem mudou foi o contexto. Não a qualidade da dica.

É que, na prática, se os valores do contexto sofrem alteração, o conteúdo - ao menos o modo com que é percebido - também se altera.

No universo das aparências, com as relações intermediárias pelas imagens, com a essência doravante convertida de "ser" à "ter", agora reduzidas à "parecer", o que nos resta é acreditar na imagem. O que podemos além disso? Como duvidar de "resultado" que ela estampa? Como negar a qualidade da informação vinda de uma imagem que diz (que grita!) o "sucesso"? 

Ah... Aí fica fácil de "entender" o valor (comercial) da dica. Fica fácil de "entender" quando o corpo vira capital. Mais, qunado a imagem deste corpo vira capital. Quando a imagem vira o consumo...

Mas, enfim.

Retomando meu pedido inicial, posso dar uma dica? Mesmo sem todo esse fetiche? Mesmo se for uma dicazinha assim, meio sem graça? Meio "sem espetáculo"?

Então aí vai: acho que é melhor escolher o caminho do meio.

Eu acho que é melhor escolher ser mais ameno, mais gentil, mas respeitoso, mais humano. Acho que vale cultivar a empatia.

Eu acho que é melhor respeitar a diversidade. Respeitar o que é felicidade para os outros. Porque os outros são, desculpe o óbvios, os-ou-tros!

Vamos escolher o caminho do meio! Sem as duras e frias "verdades absolutas", sem o "veementemente a favor", nem o "completamente contra". Sem moldar pensamentos: nem pra lá, nem pra cá.

Escolher o caminho do meio, ao contrato do que pensam, não é ficar indeciso ou indefinido, é escolher o distanciamento para ponderar, equilibrar e, sobretudo, por em prática o respeito ao próximo. 

O caminho do meio não briga com ninguém, é mais compreensivo e abre as portas.

O caminho do meio recebe aqueles que querem um pouco mais disso e aqueles que querem um pouco mais daquilo. Sem euforias. Sem pré-conceitos.

Mas ó, relaxa... Se não achar que vale a pena, tudo bem... Era só uma dica mesmo! ;)


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