segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Dieta restritiva não emagrece, envelhece.

Ah, que medo destas dietas cheia de nãos...
A dieta que confia na restrição não trabalha a nossa favor: ela não emagrece, o que consegue fazer, de fato, é nos envelhecer. 

Posso explicar?

Pois bem, quanto não falamos que "com o passar da vida vai ficando mais difícil emagrecer"? Não é que é mais fácil perder peso com 18 anos do que 28? Com 38? Com 48...? 
É, e o culpado disso é o metabolismo. Não é mesmo? 

Então... Isso é uma verdade relativa, mas sim, uma verdade. Em uma interpretação mais profunda, podemos enriquecer essa afirmativa.

Metabolismo é, em palavras simples e de uma forma sucinta, o gasto de energia daquele corpo. O quanto se usa para "funcionar" e o que é guardado para assegurar a vida. De tal modo que, quanto mais se gasta de energia, maior é o dito metabolismo - e quanto menos se gasta, menor podemos considerá-lo.

O que acontece no processo de envelhecimento - em condições fisiologicas, comuns, "normais", esperadas... - é que o metabolismo vai, pouco a pouco ficando menor. Um importante responsável por isso é a diminuição da massa magra desse corpo que envelhece. 

Notemos aqui que, a massa magra (músculos esqueléticos, órgãos e afins...)  gasta bastante energia para que sejam mantidos "vivos". Em uma analogia bobinha: 
massa magra é 5 vezes mais cara para ser bancada do que a gordura corporal. Essa ultima, por sua vez, além de demandar pouca energia para se manter, é ainda sinalizadora de estoque - mostra para o corpo que temos reserva de energia, caso precisarmos.

Durante o envelhecimento, no entanto, a massa magra tende a ir perdendo seu turgor e - literalmente - diminui.
Com isso, o gasto de energia do corpo - a sua demanda - são também diminuídos. Afinal, não era esse o componente oneroso para o corpo? 
Sinônimo disso é dizer que, o metabolismo fica mais lento... 

Seguindo esse pensamento, creio que fica fácil entender que, quanto menos massa magra um indivíduo tiver, menos energia ele gastará - e, então, menos energia ele precisa para ficar vivo. 
Quando o corpo vive com menos energia, o que será que ele faz quando aparece muita energia? 
Ele guarda.
Na forma de gordura.

Então, voltando à dieta restritiva...

Um plano alimentar diminuto, enxuto e privativo, força a perda de peso através da redução do consumo (da entrada de energia).
Quando se oferece menos energia do que o corpo precisa, ele aprende a economizar. 
Ué... Não fazemos isso com nosso dinheiro? 
Uma maneira de economizar é cortando despesas extras, como a massa magra que, como vimos a pouco, demanda um bocado de energia.

E aí... Se a massa magra está menor, como consequência, gasta-se menos energia. O metabolismo fica menor.
Então, de novo, se o corpo vive com menos energia, o que será que ele faz quando aparece muita energia? 
Ele guarda.
Na forma de gordura.
Bem vindo à sanfona-pós-restrição. 

Além de não emagrecer "de verdade", o impacto no corpo vai muito além... Ele vem na forma de um metabolismo mais lento, um gasto menor de energia, maior e "economia de energia" para as funções fundamentais da vida e assim, maior chance de engordar novamente - o típico impacto do envelhecimento corporal, que tanto se fala.

Bacana, né? 

É preciso ser bem responsável na hora de decidir as nossas condutas, porque se não, vamos reclamar de um corpo que "funciona menos", mas quem fez isso com ele fomos nos mesmos. Ou, ao menos, o ajudamos nisso. 

Perda de peso não é emagrecimento. 
Emagrecimento é perda de gordura - difícil de ver na balança, mas bem visível no próprio corpo. 

Dieta restritiva diminui as calorias, as escolhas, o peso (por um tempo), o metabolismo (por um tempão) e a vida (porque viver dizendo não, não é lá muito gostoso...). 




2 comentários:

  1. Adorei!!Parabéns!!!Acredito e aplico isso na minha conduta diária!!!Mil bjs e muito sucesso!!

    ResponderExcluir
  2. Excelente texto! Restrição não dá resultado de longo prazo! Parabéns!

    ResponderExcluir