quarta-feira, 23 de maio de 2012

Presente de casamento: nutrição enteral.

Em tempos de pós-modernidade, que não apenas passamos do "ser" para "ter", como do "ter" para "parecer", não é novidade que aparentar a beleza é mais importante do que de fato conquistá-la.

No espetáculos de corpos belos, me espanta o preço (não apenas econômico) que se disponibiliza para exibir uma silhueta reduzida e assim, chegamos ao caos.

O caos que aqui me refiro não é aquele hipócrita que reforça o absurdo ideal de beleza dependente de uma magreza utópica, tão pouco da desarmonia psicológica que nos afoga de insatisfação, ressalto aqui o desarranjo metabólico proposto para um sucesso momentâneo.

O exclusivo consumo de proteínas é sim um grande promotor da perda de peso. Sem glicose o corpo não percebe que foi alimentado e os hormônios liberados (ou não liberados, no caso da insulina) sinalizam para o corpo que não houve alimentação. Para o corpo humano, como para qualquer outro representante do reino animal, perceber a ausência alimentar, indica a necessidade de utilizar suas reservas de energia para manter a vida. É neste momento então que o corpo "perde peso". Todas as outras fontes de energia são recrutadas em prol da sobrevivência, no entanto, o primeiro substrato utilizado é a proteína.

Sim, a perda de peso se dá principalmente pela perda de massa magra.

Neste caso, não há o estímulo a fome, pois o estômago percebe ser "alimentado" constantemente, e a proteína que é infundida é capaz de ativar os sinalizadores da saciedade informando ao cérebro que não há necessidade de consumo.

Carboidratos são elementos que, por excelência, desempenham a qualidade higroscópica, o que significa que retém líquidos. Quando o consumo é inexistente, perde-se água e, como água pesa, diminui-se peso.

O desfecho do caos metabólico se dá no momento em que, reinserida na sociedade, a noiva retira a sonda e volta a se alimentar. Como o corpo se manteve em stress (pois falta de alimento é sim um grande stress!) há o efeito rebote e o ganho de gordura (aqui não somente de peso) é destino certo.

Músculo é o grande determinante do metabolismo do corpo. Quanto mais músculo precisa ser nutrido, mais energia o indivíduo deve consumir. Portanto, quanto menor for a massa magra, menor o metabolismo. Esta conduta, a longo prazo, como o que foi predominantemente perdido durante o estado de "falsa diabetes mellitus tipo 1", é justamente a massa magra, a recém casada tem um metabolismo mais preguiçoso do que a linda noivinha.

Quer mais caos?
Sabendo de tudo isso, escutar de um profissional gabaritado que "com a mistura de proteínas a pessoa leva vida normal, sem risco para a saúde. E funciona." só que é preciso "pagar o mico de andar com um tubo pendurado no nariz."  



http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1093681-noivas-fazem-de-tudo-para-entrar-no-vestido-ate-dieta-da-sonda.shtml

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